quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Ausência

"Saudade é amar um passado que ainda não passou,
É recusar um presente que nos machuca,
É não ver o futuro que nos convida."


Neruda, tenho que concordar com você.
E tenho que concordar com mais alguns autores que, absolutamente felizes com as suas colocações, me fizeram refletir sobre o conceito da saudade. É uma coisa que nasce não sei como, e vem de não sei onde, e parece que tudo conspira para que ela nos sufoque! Uma música, uma frase, um aroma característico, ou simplesmente a imagem de algo ou alguém que surge em nossa mente.
Já presenciei a saudade algumas vezes, mas agora ela tem sido constante. É um sentimento abastado de sensações, mas que provoca um vazio inexplicável. Paradoxal, né? Contudo, receio que ela me faça companhia durante muito tempo. Não sei lidar com ela, porque a saudade torna os dias mais compridos. Não encontro afazeres que interrompam meus pensamentos. Não consigo conter as lágrimas em meio a boas lembranças, não sei sustentar esse silêncio impreenchível.
E para concluir, Drummond ressalta:

"Também temos saudade do que não existiu, e dói bastante."

Pior do que a saudade desabitada, é a espera incessantemente utópica.

2 comentários:

  1. Não existe coisa pior. Doí demais e cada dia aumenta descontroladamente.

    Concordo em gênero, número e grau.

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  2. Neruda teve toda a razão.
    E nem adianta a gente tentar vencer um sentimento de saudade.
    Pra mim, só o tempo mesmo...

    Beijo, Fê.

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